segunda-feira, 22 de abril de 2013

              Treze colônias americanas e formação dos Estados Unidos  



Introdução

Os Estados Unidos não existiam. Quatro séculos de trabalho, de derramamento de sangue, de solidão e mado criaram esta terra. Construimos a América e o processo nos tornou americanos - uma nova raça, enraizada em todas as raças, manchada e tingida de todas as cores, uma aparente anarquia étnica. Então, num tempo pequenissimo, tornamo-nos mais semelhantes do que eramos diferentes - uma nova sociedade; não grandiosa, mas propensa, por nossas proprias faltas, à grandeza e plubirus unum*.
Steinbeck, John
*Plubirus unum: traduzido do latim significa "de muitos, um". Lema nacional dos Estados Unidos



Janestown, cidade no estado da Virgínia, foi o primeiro assentamento britânico permanente nas Américas, tendo sido fundado em 1607. Os colonos britânicos esperavam encontrar ouro ou outros metais preciosos, mas nada encontraram. Ao invés disso, a Virgínia tornou-se uma colônia agrária, exportando tabaco para o Reino Unido a partir da década de 1610.

O periodo de 1609-1610, mais conhecido como Starving Time (periodo da fome) foi um periodo dificil para os colonos ingleses na Virginia. Com pouca agua e dependendo dos nativos para conseguir alimentos, aproximadamente 440 dos 500 colonos perderam suas vidas durante esse periodo.



Os peregrinos e a Nova Inglaterra

A perseguição religiosa era uma constante na Inglaterra dos séculos XVI e XVII. A América seria um refugio para esses grupos religiosos perseguidos. Um dos grupos que chegou a Massachusetts em 1620, a bordo do navio que o trazia, o Mayflower, firmou um pacto estabellecendo que seguiriam leis justas e iguais. Esse documento é chamado "Mayflower Compact" e sempre é lembrado pela historiografia norte-americana como um marco fundador da ideia de liberdade, ainda que o documento dedique longos trechos à gloria do rei James da Inglaterra.



Colônias do Norte

As colônias do Norte da costa atlântica apresentam o clima temperado, semelhante ao europeu. Dificilmente essa area poderia oferecer algum produto de que a Ingleterra necessitasse. Essa questão climatica favoreceu o surgumento, unico no universo colonial das Américas, de um nucleo colonial voltado à policultura, ao mercado interno e não totalmente condicionado aos interesses metropoitanos.
Nas colônias da Nova Inglaterra (parte norte das 13 colônias) surge uma prospera produção de navios. Desses estaleiros, favorecidos pela abundancia de madeira do Nova Mundo, saem grandes quantidades de navios que seriam usados no chamado comércio triangular.



Comércio Triangular

O comércio triangular pode ser descrito, simplificadamente, como a compra de cana e melado das Antilhas, que seriam transformados em rum. A bebida tinha faceis mercados na Africa, para onde era levada por navios da Nova Inglaterra e trocada, usualmente, por escravos. Esses escravos eram levados para serem vendidos nas fazendas das Antilhas ou nas colônias do sul. Apos a venda, os navios voltavam para a Nova Inglaterra com mais melado e cana para a produção de rum. Era uma atividade altamente lucrativa, entre outros motivos por garantir que o navio sempre estivesse carregado de produtos para vender em outro lugar.



Colônias do Sul

As colônias do Sul abrigaram uma economia diferente das Colônias do Norte. Seu solo e clima eram mais peopicios para uma colonização voltaa os interesses europeus.
O produto em que a economia sulina se destacou desde cedo foi o tabaco. A planta implcou permanente expansão agricola por ter muita demanda, esgotando rapidamente o solo e obrigando a novas areas de cultivo. O fumo tornou-se um produto fundamental no Sul.
A falta de braços para o tabaco em pouco tempo impôs o uso de escravos. Esse trabalho escravo cresceu muito lentamente, posto que a mão de obra branca servil era muito forta no século XVII.
A sociedade sulina que acompanha essa economia é marcada,como não poderia deixar de ser, por uma grande desigualdade. Como ressaltou um contemporâneo, Isaac Weld, logo apos a Independência:
“Os principais donos de plantações na Virginia têm quase tudo que querem em sua propria propriedade. As propriedades grandes são administradas por escravos... Suas habitações estão geralmente a cem ou duzentas jardas (90 a 180m) da casa principal, o que da aparência de aldeia às residências dos donos de plantações na Virginia”.


Lei do Açúcar

A Lei do Açúcar foi aprovada em 5 de abril de 1764 pelo Parlamento inglês. Essa lei substituía a Lei do Melaço, reduzindo pela metade os impostos cobrados sobre o melaço, mas estabelecendo novos impostos adicionais sobre o açucar, e tinha como objetivo por um  fim no contrabando e de proteger os agricultores ingleses radicados nas Antilhas. Taxava o açúcar que entrava nas 13 colônias e que não fosse comprado das Antilhas inglesas. Sendo matéria-prima do rum, e este por sua vez, juntamente com o tabaco eram utilizados pelos colonos para comprar escravos na África, a lei desagradou muito os habitantes da então colônia inglesa.
O objetivo da lei do açúcar era incentivar os colonos a consumir somente o açúcar diretamente dos ingleses. Aumentava os impostos que os colonos deviam pagar sobre o melaço, o vinho, o café, a seda, roupas brancas, artigos de luxo e o linho em seus portos.


Lei do Selo

No ano seguinte, a Lei do Selo exigia a compra de um selo presente em tudo que fosse impresso nas colônias; jornais, contratos, cartazes, documentos publicos, etc. Existiam 54 valores diferentes para selos, variando de acordo com o papel e o que estava escrito nele. A reação dos colonos foi imediata. Em Boston, surgiu a associação Filhos da Liberdade, que procurou boicotar a lei. Na Virgínia, decidiu-se recusar o cumprimento da mesma, e a própria figura do Rei inglês foi duramente criticada. Em 1776 a Lei do Selo foi abolida.


 Lei do Chá

Em 1773 foi aprovada a Lei do Chá, que obrigava as colônias a consumir somente o chá oriundo da Companhia Inglesa das Índias Orientais. No dia 16 de dezembro de 1773 varios colônos fantasiados de índios jogaram no mar trezentas caixas de chá tiradas dos porões de um navio ancorado no porto de Boston. Este fato entrou para a história dos Estados Unidos como a Festa do Chá de Boston.




Em resposta a Festa do Chá de Boston, a Inglaterra ocupou militarmente a colônia de Massachusetts, e ampliou sua presença militar em outras colônias, fechou o porto de Boston, sob a condição de reabri-lo somente se os colonos ressarcissem o valor do chá que foi jogado ao mar. Essas ações da Inglaterra foram chamadas de Leis Intoleráveis.



Em repúdio as Leis Intoleráveis, os colonos reuniram-se no chamado Primeiro Congresso Continental da Filadélfia, onde se afirmou os direitos dos colonos. Porém foi somente dois anos depois, em 1776, que os colonos votaram pela emancipação. 




Declaração de Independência

Foi o documento no qual as Treze Colônias na América do Norte declararam sua independência do Reino Unido, bem como justificativas para o ato. Foi ratificada no Congresso Continental em 4 de julho de 1776, considerado o dia da independência dos Estados Unidos para estar pronto quando o Congresso votou sobre a independência. Adams convenceu a comissão para selecionar Thomas Jefferson para compor o projeto original do documento, que o Congresso deve editar para produzir a versão final.



O Tratado de Paris

A tentativa militar inglesa de manter o controle sobre as áreas coloniais ainda prosseguiu por sete anos, até o Tratado de Paris, em 1783, que estabelecia a paz entre os dois paises e o reconhecimento britânico da independência da ex-colônia.




A Constituição

Em 1787, o Congresso Continental aprovou uma Constituição, de inspiração liberal, que estabelecia um regime presidencialista e reconhecia a divisão e o necessário equilíbrio entre os poderes executivo, judiciário e legislativo.





A Ampliação do Território Americano

No princípio do século XIX, o governo norte-americano realizou uma política de compra de terras para ampliar o seu território. Adquiriu quase toda a regiâo sul e as terras que estavam sob controle francês na Louisiana. Entre as décadas de 1820 e 1830, muitos norte-americanos deslocaram-se para a região, que pertencia ao México. Em 1836, chegaram a proclamar a independência dessa região. A autonomia durou nove anos e encerrou-se com a anexação do Texas aos Estados Unidos.







A Guerra contra o México

O México reagiu ao avanço norte-americano, e os países foram à guerra em 1846. O conflito durou dois anos e encerrou-se com a derrota do México. Os Estados Unidos incorporaram a Califórnia, e una faixa. Partes de Wyoming, Colorado, Novo México e Arizona. Cinco anos depois, os Estados Unidos ainda compraram, do México, mais terras e ampliaram os estados do Arizona e do Novo México.           



O Sul contra o Norte

Nortistas e Sulistas buscavam articular a economia da nova região de acordo com os seus interesses.
Havia muitas divergências entre os estados do norte e do sul. O norte desejava implementar uma política econômica que assegurasse a manutenção e a ampliação do mercado interno. Pretendia, assim, ampliar o consumo de seus produtos dentro dos Estados Unidos.
O sul dependia dos manufaturados e industrializados vindos da Europa, que garantiam o abastecimento da região e mantinham o preço mais baixo em virtude da concorrência com os produtos gerados nos estados do norte. 



O Federalismo

O federalismo permitia, pela ampla autonomia que oferecia aos estados, a manutenção de posturas muito diferentes e dava a eles o direito de definir a legalidade ou não da utilização da mão de obra escrava. A disposição federalista incluía ainda um esforço para manter o equilíbrio, no Congresso, entre representantes de estados escravistas e de estados abolicionistas.
Nas eleições de 1860, o candidato abolicionista Abraham Lincoln foi eleito presidente ao obter 40% dos votos.



 A Guerra de Secessão

A Carolina do Sul foi o primeiro estado a deixar a União. Quatro estados sulistas [Alabama, Geórgia, Louisiana, e Mississipi] e o Texas aderiram à secessão e anunciaram a criação de um novo país. Sob presidência de Jefferson Davis. Os Estados Confederados do Sul formalizaram a secessão e ganharam o apoio da Carolina do Norte, Virgínia, Flórida, Arkansas e Tennessee.
O norte reagiu para impedir a divisão e iniciou a guerra. Luta entre ianques [norte] e confederados [sul], ficou conhecida como Guerra de Secessão. O conflito mostrou, pelo menos na sua primeira metade, o equilíbrio militar entre os dois lados.
Os ianques venceram a Batalha de Gettysburg e bloquearam portos importantes do sul, o que dificultou a exportação do algodão sulista e impediu a entrada de apoio estrangeiro para os confederados. A guerra, no entanto, prosseguiu por mais dois anos, até a rendição das tropas confederadas em abril de 1865. O final da guerra deixou mais de meio milhão de mortos.


A conquista do Oeste foi dada pela descoberta do ouro na California. Além ambição e o interesse econômico também existia o Destino Manifesto, um arrebatador apelo religioso que legitimava os conflitos e massacres que marcaram esse episódio na história norte-americana.



O rapido esgotamento das minas, no entanto, levou o governo norte-americano a tomar uma nova medida para garantir a ocupação do Oeste. A lei do Homestead Act, decretada em 1862, estabelecia a concessão de terras, a preços bastante baixos, a todos aqueles que estabeleciam na região.



Em 1870 criou-se a 15 emenda, que garantia os mesmos direitos políticos e cívicos aos negros. O respeito à lei e o reconhecimento da igualdade, no entanto não ocorriam. Em diversos estados, princialmente do Sul, leis específicas proibiam que negros frequentassem os mesmos restaurantes e bares que os brancos, que andassem pela mesmas calçadas ou utilizassem os mesmos meios de transporte público.
Sob o discurso da igualdade e da democracia, os Estados Unidos completavam sua formação nacional sob a marca do racismo e da intolerância. A desigualdade de fato e a crença numa superioridade do branco à igualdade jurídica e abriam espaço para o surgimento de grupos de defesa da “supremacia branca".


Ku Klux Klan


Organização racista formada em 1868 por ex-confederados. Seus partidários, que se apresentam sempre de branco e encapuzados, atacavam inicialmente negros e seus defensores. No decorrer do século XX, a Klan passou a atacar também judeus, católicos e homossexuais. Desde 1869, a organização atua na clandestinidade.



m dezembro de 1823, o presidente James Monroe, em sua mensagem anual ao Congresso, destacou a proximidade dos Estados Unidos com os demais países da América. Conhecida como Doutrina Monroe, a declaração apontava a necessária aliança entre os países da América e afirmavam a autonomia dos países americanos. Em outras palavras, a Doutrina Monroe, pelo menos quando foi lançada, teve sentido defensivo contra a tentativa de avanço europeu.



Os passos seguintes na expansão norte-americana tiveram como alvo Cuba, então colônia da Espanha. Os Estados Unidos se interferiram na indepêndencia de Cuba em 1898, auxiliando assim os cubanos a obter a emancipação política. Cuba tornou-se assim oficialmente autônoma, porém as tropas norte-americanas continuaram no território.



Para Roosevelt, a Doutrina Monroe equivalia a uma declaração norte-americana de que os Estados Unidos deveriam agir sempre que os países vizinhos violassem os direitos norte-americanos ou fossem incapazes de manter o controle político e militar interno.
A política intervencionista de Roosevelt na América combinava ações diplomáticas e militares, ganhando apelido de Big Stick (Grande Porrete).

Fontes:
-História dos Estados Unidos; Luiz Estevam Fernandes, Marcus Vinícius de Morais,Sean Purdy; Editora Contexto
-História Conexões; Editora Moderna Plus
















Nenhum comentário:

Postar um comentário